pio

pio

pio

pio

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS > "PIRACUÍ DE COBRA"

MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS
POR > NECA MACHADO
PIRACUÍ DE COBRA
CurtirMostrar mais reações
Comentar
Comentários
Neca Machado MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS
BIOGRAFIA DA NECA
Por > Neca Machado (Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas na Amazônia e na Europa, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em duas obras lançadas em 2016 em Portugal-Lisboa, Licenciada Plena em Pedagogia, Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 na Europa, Quituteira, 

PIRACUÍ DE COBRA

Só de lembrar Maria Joana ainda tem vontade de vomitar.

Ela amava Acari um peixe da Amazônia, cascudo, feio para muitos e cheio de mistérios, como se fosse sobrenatural, da época dos dinossauros, mas com um sabor inigualável “dos deuses” como dizia minha avó, para muitos, melhor que os bolinhos de Bacalhau.
A farinha era retirada do tal do acari, porque Piracuí na língua Tupi significa farinha de peixe, levada ao fogo, torrada, limpa e colocada para secar ao sol, para não dar bicho repetia Maria Joana.

Muitas vezes ela nem fazia o Piracuí uma tradição da família passada de muitas gerações, sem tempo porque ainda tinha a roça, para cuidar, comprava de quem aparecesse ou trocava com algum produto de quintal, plantava mandioca para a farinha de paneiro, amassava açaí no auguidá, gostava mesmo de uma boa bacaba tirada na hora, mas, não dispensava um bom Piracuí, fazia com ovos de quintal, mexido com arroz e cheiro verde, mas o que mais gostava de fazer era uns bolinhos apimentados de Piracuí para saborear como tira gosto de fim de tarde onde a conversa jogada fora era uma rotina de ribeirinhos do interior do Afuá.

E foi assim que comprou um paneiro de Piracuí daquele Caboco que ela nunca tinha visto por aquelas paragens, ele feito um Uirapuru, cantou no seu ouvido que o Piracuí era dos bons, era de Acari, limpo, catado com apreço e que ela ia gostar, nunca mais ia esquecer do sabor do Piracuí especial dele.

Sorriu um riso enigmático que ela não conseguiu entender, mas, achou ele meio saliente, mesmo assim, comprou o tal Piracuí.

No quintal colheu alfavaca, cheiro verde fresco, cebolinha, tomates, chicória, limão galego e pimenta do cheiro, catou as espinhas do tal Piracuí, achou diferente que ele não tinha as mesmas espinhas dos outros Piracuís, mas, deu de ombros, fez a massa com macaxeira tirada na hora, recheou os bolinhos e começou a fritar para a família que era grande, o cheiro se espalhou pela vizinhança.
Estava bom disse o vizinho.
E assim, comeram os bolinhos de Piracuí a tarde toda jogando conversa fora sentindo o cheiro de pitiu no jiral, quando a Lua chegou furtiva, e com ela o compadre em uma canoa parando puto da vida e dizendo em bom tom: fui enganado pelo filho de uma égua que me vendeu porcaria.
Maria Joana sem entender perguntou: o que aconteceu?
E compadre Bené soltando brasas pela boca disse: Ele me vendeu PIRACUÍ DE COBRA.
Maria Joana atordoada, mas que depressa se apressou em levantar, e disse como ele era? E Bené deu as características do vendedor, era o mesmo que tinha vendido um belo paneiro para ela e eles tinham terminado de saborear um balde de Piracuí de Cobra.

Todos se olhavam feito fantasma, uns metiam o dedo na boca para tentar vomitar, mas nada conseguiam, e ela esperta, olha que já tinha escutado de tudo naquelas paragens, até que comiam rato e cachorro na China, mas, ser enganada por um caboco feito Uirapuru encantado que lhe vendeu Piracuí de Cobra, repetia, NUNCA MAIS!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

05.08.2016 > 55 ANOS DE NECA MACHADO

Neca Machado adicionou 4 novas fotos.
6 min
05.AGOSTO DE 2016
55 ANOS
OBRIGADA MEU DEUS PELO DOM DA VIDA
(PRODUÇÃO > NECA MACHADO)
Curtir
Comentar
Comentários
Neca Machado Aos 55 anos sou uma privilegiada, tenho um AMOR verdadeiro de um HOMEM europeu que deixou um Continente por mim, MEUS FILHOS VIVOS, meu trabalho que me proporciona manter minha necessidades basicas. NÃO SOU MULHER de fazer da DOR uma bandeira, sou perseverante e CORAJOSA, sou nutrida de esperança. E OS ANOS DERAM ME SABEDORIA, NÃO SENILIDADE.