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segunda-feira, 15 de julho de 2013

TACACÁ

TACACÁ, UMA AQUARELA NORTISTA Por > Neca Machado

Sabor Tucuju, coisas do Amapá (Matéria publicada em periódico do Amapá no dia 13 de novembro de 2011) Jornal a Gazeta-AP (Caderno-Camarim)

 O Estado do Amapá é essa potencia de encantos que seduz, inebria e nos deixa extasiados com a imensa diversidade gastronômica da Amazônia Viajar pelas coisas do Amapá é descobrir as nuances de Uma “Aquarela Brasileira” pulsando nacionalismo no TACACÁ.

 Mistura de ritmos, sons afros e indígenas na flora regionalista que pulsa Lirismo e Poesia. É o amarelo do TUCUPI essa raiz extraída da Mandioca nativa, cheia de historia, é o pranto de Mani nas Lendas da Amazônia que se espalha sobre a transparência da Goma, furtiva, entrelaçada nos ramos do JAMBÚ, puro néctar de Deuses, semideuses, mas, que faz a Gula dos mortais Tucujus e amazonidas. BEBER, tomar, degustar um TACACÁ é fazer uma viagem sobre uma AQUARELA NORTISTA, é sorver o fruto de uma cultura, é conhecer as manifestações de uma gente imponente parida com bênçãos de verdadeiros Santos : Oscar, Benedito, Nazaré, Nossa Senhora das Neves....

 É ser um verdadeiro “CABOCO”, sem o “”l mesmo como se orgulha de propagar o Cabloco mais Amazonida Gilberto de Paula Pinheiro, quando se debruça sobre seus Sonetos em uma noite de Luar no seu “esmerado Rio Matapi” O TACACÁ é assim: como curso de rio profundo, cristalino, cheio de seres inimagináveis que inebria e VICIA pelo sabor surreal, pela miscigenação de seus ingredientes, pelo Sabor da verdadeira Pimenta do cheiro, perfumando a alma, da sutileza da Chicória, da lembrança da Alfavaca, e da suavidade de uma “cabeça de Alho”. Falar de Mulheres que desbravaram e traduziram por suas mãos benditas esse Canto do Uirapurú,, puro Sabor Tucuju é lembrar-se de Tia Nenê, Tia Bebé da Catedral, Tia Izabel Machado, Dona Geralda, Judith do Pará, Nazaré do Colégio Gentil, Nazaré e Maria da frente do Colégio Moderno em Belém do Pará.

O TACACÁ se espalhou como erva daninha. O mundo o idolatra. O Brasil não tem mais referencia quando um sulista o coloca na boca, o degusta, se embriaga, assim, a pimenta se mistura ao VICIO, o ardume do JAMBÚ continua no lábio tremido, e a velha lembrança de uma das mais tradicionais Tacacazeiras, LUCY TACACAZEIRA da Praça central de Macapá, nos deixa com um gosto de saudade. “Fiz a ela um poema.... Suas panelas ariadas com esmero- um grito nas tardes do Padroeiro- e o seu curvado no andar- não são mais os mesmos de outrora.”

Mas o ápice da degustação é quando um simples mortal se entrega ao prazer de saborear o Camarão, ele pode ser descascado com os dedos, ser “lambuzado”, mordido entre dentes ou sem pressa verdadeiramente parte do prazer.

 O Camarão Senhor soberano pode vir do norte do Amapá como Rosa, singrando o oceano, ser salgado com a própria água do mar, caminhar das Dunas do Maranhão, ser fresco, cozido com pouco sal, com alfavaca, alho, limão..... Beber, tomar, degustar.... UM TACACÁ é ser privilegiado, uma iguaria verdadeiramente da Amazônia, SABOR TUCUJU singular. Benzido com Água de Poço, nutrido com benções do Padroeiro São José e fertilizado com as lagrimas de saudade quando termina a degustação sobre a proteção de Mani. .